A partir de agora, por decisão da Justiça, o caso segue em investigação sigilosa.
O bebê de nove meses, vítima de tortura em Marialva, recebeu alta do HU – Hospital Universitário de Maringá, nessa terça-feira, 26 de janeiro. O menino deve ser submetido a um exame de lesão corporal junto ao IML – Instituto Médico Legal de Maringá.
Recebemos informações de que em um exame de ressonância magnética pelo qual a criança passou, foi possível observar uma fratura em clavícula, já cicatrizada, o que pode indicar que outras agressões teriam ocorrido anteriormente. Esse fato é extraoficial.
O bebê está se alimentando muito bem, seu estado de saúde é bom e progressivo. Ele está sob os cuidados da avó materna e assim deve permanecer até que haja uma decisão judicial.
MÃE SOLTA
A mãe da criança, uma jovem de 22 anos, deixou a prisão na data de ontem. A justiça teria entendido que ela também é vítima no caso. Pelo decreto de segredo de justiça imposto, as autoridades não podem se pronunciar em relação ao fato.
O pai do bebê, um jovem de 18 anos, continua preso.
O CASO
Um casal foi preso suspeito de tortura contra o próprio filho de nove meses no Residencial Zambaldi, em Marialva, na manhã da última sexta-feira (22).
Conforme as investigações, a Polícia Militar (PM) foi chamada via telefone 190 pela avó da criança, que tinha ido até a casa da filha para visitar o neto. Segundo a polícia, a família foi recebida com violência pelo pai do bebê, um jovem de 18 anos.
No local, a mãe da criança, uma jovem de 22 anos, e a avó do bebê, de 55 anos, estavam muito nervosas e a jovem chorava muito. Ela relatou aos policiais que seu convivente, recorrentemente a agride e nessa data o rapaz havia dado um soco em seu rosto. Ela informou ainda que o homem vem praticando agressões também contra o filho do casal, um bebê de apenas 9 meses. O menino apresentava lesões visíveis no rosto e uma marca aparentando ser de queimadura, no nariz.
A mãe disse que o seu convivente havia queimado o bebê utilizando um isqueiro. A criança também chorava e impedia que tocassem em sua perna esquerda, onde provavelmente haveria uma lesão ou fratura.
A equipe policial, por sua vez, acionou o Conselho Tutelar e a Defesa Civil, que foram até o local e prestaram os devidos atendimentos.
De acordo com informações preliminares da Defesa Civil, a criança, além das lesões no rosto e perna, poderia estar com uma lesão no quadril. Assim, o bebê, juntamente com a avó, foi encaminhado pela Defesa Civil e Conselho Tutelar para o Pronto Atendimento Municipal para demais procedimentos.
Já a jovem acompanhou os policiais na busca pelo pai do bebê, que havia fugido, mas foi localizado em seguida. Foi dada voz de abordagem ao rapaz, que imediatamente sacou de sua cintura um facão e arremessou ao chão, se recusando a se manter na posição de abordagem, sendo necessária a utilização de técnicas de imobilização e a utilização de algemas. O rapaz estava irritado e demonstrando-se agressivo, tentando a todo tempo se esquivar dos policiais e evitar sua condução à delegacia.
A jovem, mãe do bebê, disse aos policiais que não denunciou o convivente antes, por medo das ameaças do mesmo, de tentar contra sua vida.
No Pronto Atendimento Municipal, a médica de plantão recebeu a criança e relatou em Termo de Depoimento as diversas lesões constatadas, dentre elas: rompimento total do osso femural acima das articulações, escoriação profunda na região do nariz e edema por toda a face, todos com fortes indicativos de serem provocados por ação contundente e maus tratos, colocando a própria vida da criança em risco com tamanha violência sofrida. Vale frisar que a médica em seu depoimento afirma que cada lesão aparenta ter sido causada em momentos diferentes, tanto pelo estado de cicatrização, quanto por outros indicativos técnicos.
A delegacia de Polícia Civil de Marialva manifestou a materialidade ao delito de Tortura Punitiva (art. 1º, Inciso II da Lei 9.455/97) que a criança acabara de sofrer dos próprios genitores. As agressões eram recorrentes e de total conhecimento da mãe, que além de não cumprir com seu dever legal de guarda, e denunciar aos órgãos competentes na primeira ocorrência contra a criança, ainda escondeu dolosamente o próprio filho, por aproximadamente 10 (dez) dias para que seus avós não pudessem constatar as lesões.
Considerando, ainda, a omissão dolosa da genitora em manter a situação de violência longe do conhecimento de pessoas que pudessem vir a denunciar, escondendo a verdade dos fatos e prejudicando sobremaneira os interesses da criança, que teve sua vida colocada em risco por culpa da conduta de ambos, tanto do pai, quanto da própria mãe, eles foram presos em flagrante de delito pelo crime de tortura.
O suspeito negou que tenha batido no bebê e na mulher e disse que a criança já estava com problemas na perna após ele voltar de uma viagem.
Após o atendimento, o bebê foi levado para um hospital de Maringá. A criança recebeu alta na data de hoje, 26 de janeiro. A mão foi liberada e deixou a prisão ontem, 25. O pai segue na prisão.
O Notícias de Marialva continua acompanhando o caso.
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